By Paulo QueirozTinto, Vinhos
O Vinho de Bernini
Bernini é na minha opinião leiga um dos maiores escultores de toda a humanidade. A habilidade que tem para retratar expressões e aspectos táteis em sua obra é surpreendente. Em 2004 estive na Galeira Borghesi em Roma para apreciar o seu David e a Rapto de Perséfone. Duas obras que nos deixam completamente atônitos.
Exatamente como acontece com esse Chateau Lynch Bages 2005 que estou a tomar agora. A família Cazes tem se esmerado na produção de Lynch Bages há mais de 100 anos e esse esforço explode em sabor em sua safra 2005. Um vinho encorpado, com aroma de especiarias e chocolate . Na boca revela chocolate e fruta madura. Seus taninos são tão macios quanto o toque de Bernini. 93 pontos na WS.
O Rapto de Proserpina é uma escultura de Gian Lorenzo Bernini (1598-1680), considerado um dos maiores artistas do século XVII, tendo seu trabalho quase todo centrado na cidade de Roma. O mito romano do rapto de Proserpina por Plutão é uma lenda que também aparece na cultura grega, onde Plutão se chama Hades e Proserpina é Perséfone, que encantou o obscuro deus com sua beleza, filha da deusa das colheitas Deméter. Ela é então raptada e levada para as profundezas da Terra, deixando sua mãe enfurecida. O rapto fez com que Deméter castigasse o mundo, arrasando com as plantações, entregando o mundo ao caos e à fome. Conta-se que Perséfone não podia comer nada que lhe fosse oferecido ou ela nunca mais voltaria para casa. Enquanto Zeus tentava convencer Plutão a liberar a moça, Perséfone comeu algumas sementes de romã, selando o seu destino. Assim, ela se viu obrigada a casar com Plutão, o que deixou Deméter ainda mais furiosa. Zeus teria então interferido. Perséfone passaria metade do ano com o marido e a outra metade com a mãe. Dessa maneira, Deméter aceitou e assim os gregos explicavam as épocas do ano. Quando era verão e primavera, sua filha estava ao seu lado. No inverno e no outono, épocas frias, sem colheitas, Perséfone estava com o marido.


