O Enólogo. Por Jucelio Kulmann de Medeiros. Concurso Cultural NOSSO VINHO.

Last Updated on agosto 8, 2023 by Paulo Queiroz

Inscrição no Concurso Literário NOSSO VINHO.

Por Jucelio Kulmann de Medeiros, Enólogo.

As grandes obras e ações da humanidade costumam ser divididas em diferentes áreas, sejam ciências exatas, ciências humanas, ciências sociais e assim por diante, subdivididas nos seus diferentes ramos. A Enologia, porém, parece ser uma exceção à regra. Embora a profissão seja considerada como um ramo da química, qualquer amante do vinho que se preze percebe algo de poético, literário, histórico, científico, biológico e racional no caminho das uvas aos vinhos.

O enólogo é, a bem da verdade, um misto de alquimista e cientista: sabe o que faz, mas usa de sua intuição na obtenção dos melhores resultados. A figura deste profissional desfilou pela história da humanidade nas mais diversas facetas. Foi deus, na figura de Baco; monge, na dos medievais mestres de adega das abadias européias; cientista, na figura de pioneiros como Louis Pasteur. Hoje, é um pouco de tudo. De profissional misterioso a atuar nas frias e escuras cantinas, o enólogo é hoje uma pessoa como tantas outras, mas na qual a paixão pelo vinho é tanta que não se contenta apenas em degustar: quer ver a uva, elaborar o vinho, esperar sua maturidade, brindar a vida, celebrar grandes safras.

Deixando-se um pouco o lado poético, o enólogo atual é um profissional que, apesar do amor pelo vinho, possui o domínio sobre o cultivo das vinhas, das cinéticas fermentativas, da elaboração dos vinhos, as práticas de cantina e do longo processo de estabilização e envelhecimento dos vinhos, unidos à sensibilidade e o talento enológicos. Está sempre em constante atualização, é curioso, experimenta, testa, inova, vai além de suas simples atribuições. Vai também ao encontro do consumidor, sempre ávido por novidades e pelos antigos e consagrados sabores, atualizado e sincronizado com a arte enológica.

 

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